Trovões.
Úmido é meu peito
Quando chego a decadência.
Sofro no beco escuro de todos os dias.
Sonho com o furo na tela preta.
Sinto um fino risco de calor sobre meu colo.
Volto a tentar.

Tive a impressão de que ultrapassei minhas vontades.
Suspirei enquanto louca.
Podia ver-te sem querer.
Sujei-me com tua nudez sofrida.
Cuspi-te para que algo em você reluzisse nessa imensa tempestade de porcas ilusões.
Fingi-me fria enquanto calada.
Mas só me ardiam as veias, passando uma crua noite ao lado de um fino fracasso.

Girava a toalha mostrando meu abismo. Subia nos galhos querendo viver a dor. Sorri e enlouqueci pensando que tudo eu ja sabia. Me restou um peito vazio e um passo a dar. Mas não dou.

" Não sei o que deu.
Sei lá o que foi.
Me senti.
Suor e medo.
Dois segundos.
Ainda não sei.
Gosto do teu frio
Ele me faz querer descobrir o que não quero. "

Fluxo

...E vamos vivendo as dores da vontade que nao se pode,
os ventos que nos levam pra onde nao queremos ir
e enfim acabamos gostando do recomeço forçado,
da vida finita....

Somente

Sobre voce eu sei que de mim ja tens um pedaço.
Sou tua mas ainda sou minha.
Quero teus olhos gargalhando;
tua boca;
teu gingado.
Sem mais perder do meu tempo, quero sentir-te,
e só.